Carma e Darma – causa e propósito do destino

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Sob o ponto de vista de quem atravessa um momento de sofrimento agudo em sua existência, nada pode ser mais inoportuno e desagradável do que alguém racionalizar ou tentar “explicar” as causas de sua dor com base em eventos passados nesta ou em alguma vida pregressa.

A racionalização em momento inoportuno, longe de causar alívio, pode até mesmo aumentar o sofrimento e a revolta do sofredor, por ver alguém racionalizando friamente sobre seu sofrimento, em um momento em que desejaria receber conforto, empatia e calor humano.

O Carma e o Darma (respectivamente, a causa e o propósito dos eventos) devem ser estudados sim, mas em situações prévias de estabilidade e de normalidade. Jamais devemos atormentar um sofredor com racionalizações e explicações em um momento de sofrimento intenso.

Mas não há dúvida de que esses temas são importantes e sua compreensão prévia pode auxiliar o sofredor na compreensão e na absorção de seu sofrimento. Continue lendo

2013: coragem para se renovar

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Há mais de quinze anos publiquei no Jornal do Brasil, hoje existindo apenas pela internet online, um artigo com o título “Rejuvenescer como águias”. Relendo aquelas reflexões me dei conta de como elas são ainda atuais e adequadas aos tempos maus sob os quais vivemos e sofremos. Retomo-as para alimentar nossa esperança enfraquecida pelas ameaças que pesam sobre a Terra e a Humanidade. Se não nos agarrarmos a alguma esperança, perdemos o horizonte de futuro e corremos o risco de nos entregarmos ao desamparo imobilizador ou à resignação estéril.
Neste contexto lembrei-me de um mito da antiga cultura mediterrânea sobre o rejuvenescimento das águias. Continue lendo

Epifania

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6 de janeiro é a Epifania (= Revelação), Adoração dos Reis Magos ao Menino Jesus e dentro da oitava do Natal.
O que movia o fundo da alma dos Reis Magos? Prestar culto de adoração Àquele que acabara de nascer. E aos Reis Magos, Jesus os chamou por meio da estrela.
Eram Magos, isto é, astrólogos e não feiticeiros. Naquele tempo a palavra mago tinha esse sentido, confundindo-se também com os termos sábio e filósofo. Eles prescrutavam o firmamento e sentiram-se chocados com a presença de um novo astro e cada um deles, deixando suas terras depois de consultar seus pergaminhos e papiros cheios de palavras mágicas e fórmulas secretas, teve a revelação de que havia nascido o novo Rei de Judá e, que ele, como soberano, deveria, também, prestar seu preito ao menino que seria o monarca de todos os povos, embora o seu Reino não fosse deste mundo. Continue lendo

Poslúdio

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Você foi escolhido, você que é são e íntegro…
Não tenha medo de sofrer, de dar
O seu peso de volta ao peso da terra;
as montanhas são pesadas, os mares são pesados.
Até mesmo as árvores que vocês plantaram na infância
tornaram-se muito pesadas há muito tempo –
hoje você não poderia carregá-las.
Mas pode carregar os ventos… e os espaços abertos.

(Rilke – Soneto a Orfeu) Continue lendo

Além de ambiguidades e incertezas: o perdão pessoal

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Os descendentes de Fausto criaram o mundo moderno (e suas benesses e horrores) e por isso, não sem justificativa, comentou Rilke no início do século vinte: “não estamos muito à vontade no mundo que criamos“.
O culto ao progresso, como é usualmente chamado, incluiu, necessariamente, o avanço arrogante, o qual pagamos com esses sentimentos de mal-estar, insegurança e mau sono, e que expressam parte do movimento (sombrio) que fizemos quando nos afastamos de nosso estado natural, pois hoje estamos presos a estilos de vida e ambientes cada vez mais artificiais (ao menos muitos de nós). Assim, momento ou outro, somos levados a enfrentar nossa má-fé. Continue lendo

Egos…

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Charge de João Montanaro.

Entre mônodas quânticas

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As ideias criativas e as verdades espirituais estão disponíveis para todos, mas o acesso a elas requer, muitas vezes, uma mente preparada e um coração sincero e disponível.
Como o profeta Maomé foi capaz de escrever o Corão, mesmo sendo praticamente iletrado? O Arcanjo Gabriel, uma “mônoda quântica sem corpo físico” (Amit Goswami), cedeu a Maomé, “por assim dizer, uma mente” (idem).
Como o médium Francisco Cândido Xavier foi capaz de escrever uma vasta produção literária (espírita), porquanto seu grau de escolaridade encerra apenas o curso primário (antigo)?
Na verdade, em todas as culturas há referências a seres correspondentes aos denominados anjos (cristianismo) ou devas (hinduísmo). Continue lendo

Dezembro

plantaEsperança
Por Mário Quintana

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano

Vive uma louca chamada Esperança

E ela pensa que quando todas as sirenas Continue lendo

O descaso da secretária do médico conveniado: um desabafo

20121128-062902.jpgNão cativo o hábito de julgar as pessoas (e suas funções profissionais) de maneira leviana.
Mas, aqui, procuro relatar um desabafo fundado em uma reiterada decepção com as secretárias de médicos conveniados.
Não o faço com o “tom” de expor a função simplesmente, mas, sobretudo, para partilhar minha indignação como cliente (de plano médico) e como ser humano!
Uma consultora de recursos humanos avalia: “à secretária de um(a) médico(a) ou de uma clínica é exigida uma grande responsabilidade, pois ela terá que resolver problemas que aparentemente nem seriam da sua função, como acalmar pacientes ou contornar situações estressantes”.
Conheço algumas exceções: raras e preciosas secretárias que, de fato, fazem o consultório funcionar, pois sabiamente consideram que delas dependem todo o bom andamento e a organização do trabalho. Cuidam com carinho da parte administrativa da clínica, da agenda médica, porque, simplesmente, elas se reconhecem como único elo entre médico e pacientes. Logo, presumo, é claro que gostam de trabalhar com o público.
Assim se engana o médico (?) que pensa que a secretária desempenha papel secundário ou mecânico… Continue lendo

Cuidado de si e cocriação da realidade

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A solidão é o caminho que o destino escolheu para que cada pessoa se encontre consigo mesma. Hermann Hesse

O viver convoca o cuidado de si e uma dedicação permanente à escuta interior, pois isso fortalece uma boa conexão com o guia interior – quem nos inspira recursos e pistas para a realização do propósito que nos cabe desenvolver nesta Casa Comum.
Todos nós fazemos parte de um grande conjunto no qual cada ser humano dá o que pode e está sujeito a receber o que precisa.
Mas quando nos sentimos vazios, poderíamos nos perguntar: “Presto atenção a mim?” Sou indiferente as minhas necessidades e/ou aos demais?” “Dou o suficiente?” Continue lendo